A IMAGEM DE UMA VIDA SEM DÍVIDAS, COM A POSSIBILIDADE DE REALIZAR SONHOS E GARANTIR O FUTURO FINANCEIRO DA FAMÍLIA É TENTADORA. EMBORA PAREÇA DISTANTE PARA GRANDE PARTE DAS PESSOAS, É POSSÍVEL.
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Apesar do desejo universal por uma vida financeira estável, a realidade é que uma parcela significativa da população brasileira enfrenta dificuldades para alcançar esse objetivo. Fatores como o contexto social, subemprego e baixa renda tornam tudo mais complexo. Um dos principais obstáculos é a falta de educação financeira. Muitas pessoas não possuem as ferramentas e o conhecimento necessários para gerenciar suas receitas e despesas de forma eficiente e não têm sequer uma reserva para emergências.
Segundo pesquisa realizada pelo DataFolha em dezembro de 2023, apenas 10% dos brasileiros tinham economias para cobrir de três a seis meses de gastos. O levantamento mostra que 67% da população não possui nenhuma reserva financeira para imprevistos e apenas 6% afirmam possuir poupança para garantir o mesmo padrão de vida por mais de um ano.
Não é sorte nem fantasia. É planejamento
Nesse contexto, pode-se confundir o caminho para a independência financeira com a busca pela riqueza infinita ou com a sorte. No entanto, a verdadeira liberdade financeira está mais relacionada ao conceito de “suficiência” do que à acumulação de bens materiais. A suficiência consiste em ter os recursos necessários para atender às necessidades e desejos atuais, sem comprometer a qualidade de vida futura. Ao invés de perseguir um padrão de vida idealizado e muitas vezes inalcançável, a suficiência propõe uma abordagem mais realista e sustentável para as finanças pessoais.
Estudos demonstram que a relação entre riqueza material e felicidade não é linear. A partir de certo ponto, o aumento da renda não leva a um aumento proporcional da satisfação pessoal. Fatores como relacionamentos, saúde e bem-estar pessoal têm um impacto muito maior na qualidade de vida. Claro que uma situação financeira estável proporciona mais condições para um estado de espírito feliz do que o descontrole, a insegurança e as dívidas, que só geram estresse.
Independência financeira, então, não é sobre ser rico, mas sim ter o suficiente para uma vida tranquila, sem necessariamente ter que trabalhar. Portanto, é viver de renda passiva, que pode vir de aluguéis, previdência privada, dividendos de ações e outros investimentos. Ou seja, é preciso primeiro gerar renda (trabalhar), poupar e saber investir para então acumular patrimônio rentável. Por isso, é tão importante planejar a vida financeira e, neste ponto, ter um autoconhecimento mais profundo contribui para definir objetivos, metas, prazos e a própria suficiência.
Educação financeira primeiro, independência financeira depois
Então, a independência financeira é uma ilusão ou uma realidade? Segundo o diretor-geral da Fundação Itaúsa Industrial, Herbert de Souza Andrade, para quem tem disciplina, foco, constância e resiliência, é uma realidade possível, embora não seja necessariamente fácil. Já para aqueles que não dispõem dessas características, o caminho é mais difícil, mas não é impossível. A base de tudo é utilizar as ferramentas da educação financeira para elaborar um plano de ação.
“Quem é jovem ainda conta com o tempo a seu favor”, observa Herbert, que acrescenta: “Quanto mais cedo começar, melhor, porque em finanças o longo prazo conta muito.” É uma questão de matemática e juros compostos. Poupar e investir (renda ativa + passiva) por 20 anos vai gerar um resultado final muito maior do que manter o ritmo por apenas dois anos. “É preciso planejar e ter disciplina para seguir o plano”, afirma. O diretor-geral ainda faz um alerta a quem sonha em alcançar a independência financeira por meio de apostas em jogos, como as polêmicas bets: “Jogo é sorte e não está sob o seu controle, planejamento sim.”
O planejamento deve ser realista e adequado ao momento de vida. Um jovem, por exemplo, pode incluir uma meta de poupar menos nos primeiros anos e investir em uma melhor formação com potencial de ampliar as oportunidades profissionais e, consequentemente, passar a receber salários mais altos. Com renda maior, o valor poupado pode ser maior. Também deve fazer parte das metas ter um controle mais rígido sobre os custos, o que eventualmente exige escolhas e sacrifícios.
Mais que planejar, é construir um projeto de vida
É necessário saber quais são os investimentos certos. Entre eles, um plano de previdência privada, especialmente se for dos modelos corporativos em que a empresa empregadora participa com uma parte, como é o caso do Plano PAI, da Fundação Itaúsa Industrial. Esse tipo de plano, segundo Herbert, é um privilégio, que somado a uma gestão profissional e taxas de juros favoráveis aceleram os resultados.
Para quem é casado e tem filhos, é imprescindível elaborar o planejamento em família, para que todos somem esforços na mesma direção. Outra dica importante é fazer revisões periódicas para saber se as metas estão sendo cumpridas e se é necessário fazer correções.
“Pense no seu plano como um projeto de vida”, orienta Herbert. Com uma definição do que é suficiência para você e este mapa em mãos, sabendo onde quer chegar, quando e como chegar lá, a jornada fica mais assertiva e até divertida, reduzindo os riscos de surpresas e frustrações futuras.
Informação financeira de qualidade
Como não faz parte da cultura nacional, a educação financeira não alcança todas as camadas da população. A boa notícia é que o acesso às informações está mais fácil. A ruim é que há muita informação de baixa qualidade sendo disseminada por pessoas sem qualificação. “É preciso fazer uma curadoria do conteúdo que vamos consumir, buscando sempre fontes oficiais e confiáveis”, orienta Herbert, que conclui: “Invista em você, porque a educação financeira trará grandes retornos no futuro.”
- Crie um orçamento: Acompanhe suas receitas e despesas para identificar onde seu dinheiro está sendo gasto.
- Elimine dívidas: Priorize o pagamento de dívidas com juros altos.
- Comece a investir: Mesmo que seja com pequenas quantias, invista seu dinheiro para que ele trabalhe para você.
- Estabeleça metas: Defina objetivos claros e específicos para suas finanças.
Ferramentas úteis
Existem diversas ferramentas disponíveis para ajudar a organizar as finanças, como:
- Planilhas de orçamento: Crie sua própria planilha ou utilize modelos prontos para controlar suas despesas.
- Aplicativos de controle financeiro: Diversos aplicativos permitem acompanhar suas finanças de forma prática e intuitiva.
- Simuladores de investimentos: Utilize simuladores para entender como seus investimentos podem render ao longo do tempo.