QUANDO SE TRATA DE PREPARAR AS PRÓXIMAS GERAÇÕES PARA LIDAR COM O DINHEIRO DE FORMA SAUDÁVEL E RESPONSÁVEL, A EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA INFÂNCIA ASSUME UM PAPEL DE EXTREMA RELEVÂNCIA.

Em um mundo cada vez mais complexo e marcado por constantes mudanças, saber cuidar das finanças pessoais significa sim mais chances de se alcançar o sucesso econômico individual e coletivo.

A infância é o período propício para o desenvolvimento de habilidades e valores que moldarão a vida adulta. É nessa fase que as crianças começam a formar conceitos sobre o mundo, incluindo a importância do dinheiro e como ele funciona. Por meio da educação financeira, elas aprendem sobre o valor do trabalho, a diferença entre necessidades e desejos, a importância de poupar e investir, e como tomar decisões conscientes sobre seus recursos.

Um passo de cada vez

Esse ensinamento deve ser contínuo e adaptado à idade da criança. Por exemplo, na primeira infância (até os 6 anos), é importante explicar de onde vem o dinheiro, como ele é ganho e a importância de economizar. Isso facilita o entendimento sobre o valor do dinheiro e a fazer escolhas financeiras mais conscientes no futuro.

Envolver as crianças em decisões financeiras simples, como planejar uma compra ou como gastar a mesada, pode ensinar-lhes habilidades valiosas de planejamento. Atividades práticas, como dar uma mesada e ensinar a dividir esse dinheiro entre poupança, gastos e doações, são muito eficazes.

O papel da família

A falta de educação financeira pode levar a uma série de problemas na vida adulta, como endividamento, consumo excessivo, dificuldade em alcançar metas financeiras e realizar sonhos. Ao serem educadas financeiramente desde cedo, as crianças têm a chance de desenvolver hábitos saudáveis que as ajudarão a evitar essas armadilhas e construir um futuro financeiro mais sólido.

Pais, tios, tias e avós desempenham um papel crucial nesse processo, pois a família é o primeiro ambiente de aprendizagem. Quando o assunto é dinheiro, o ideal é adotar uma abordagem lúdica para compartilhar o conhecimento de forma leve e divertida. Brincadeiras, livros e jogos são ferramentas didáticas que ajudam a transmitir conceitos como paciência, disciplina, análise de cenários e tomada de decisões.

Aprendendo pelo exemplo

Não podemos esquecer que as crianças aprendem observando os adultos ao seu redor. Quando pais, tios e avós demonstram hábitos financeiros saudáveis, como poupar, planejar gastos e evitar dívidas desnecessárias, as crianças tendem a adotar esses comportamentos.

Por fim, os benefícios da educação financeira na infância não se limitam apenas às crianças. Toda a família se beneficia de um ambiente mais consciente e responsável em relação às finanças. Pais e filhos podem trabalhar juntos para definir metas financeiras, elaborar orçamentos e tomar decisões conjuntas sobre gastos e investimentos. Essa experiência compartilhada fortalece os laços familiares e promove o diálogo aberto e honesto sobre dinheiro.

Opções de livros que abordam esse tema:

  • Turma da Mônica — Como cuidar do seu dinheiro: Este livro, com a ajuda dos famosos personagens do bairro do Limoeiro, ensina de forma divertida e visual sobre conceitos como inflação, juros e a importância de economizar dinheiro.
  • Almanaque Menino Maluquinho — Pra que dinheiro?: Composto por histórias em quadrinhos, esse livro traz inúmeras histórias sobre Junim e a turma do Menino Maluquinho, abordando temas como mesada, compras e dicas para economizar.
  • Meu cofrinho, meu futuro: Este manual completo de educação financeira para crianças de oito a 10 anos explora conceitos como planejamento financeiro, consumo consciente, sustentabilidade e práticas comerciais.
  • Dinheiro compra tudo? Educação financeira para crianças: Neste livro, a escritora Cássia D’Aquino coloca de forma simples e divertida a importância do equilíbrio financeiro na vida, usando anedotas e charadas para instigar as crianças a refletirem sobre o dinheiro e suas prioridades.

Opções de jogos que abordam educação financeira para crianças:

  • Banco Imobiliário: Um clássico jogo de tabuleiro que lida com o mercado imobiliário, propriedades, aluguel, salário e falência.
  • Renda Passiva, Pais & Filhos, Sortido: Jogos de tabuleiro que abordam a educação financeira de maneira simples, didática e divertida.
  • Cashflow – Corrida dos Ratos: Criado pelo autor Robert Kiyosaki, esse jogo ensina sobre investimentos, ativos e passivos. Ele incentiva os jogadores a pensar de forma estratégica sobre dinheiro.

Oito dicas práticas

Explique o valor do dinheiro

No supermercado, mostre uma nota de R$ 10,00 para as crianças e, ao passar pelas gôndolas, explique que com esse valor é possível comprar alguns itens. Mostre também o que não se pode adquirir com essa mesma quantia. A ideia é que a criança compreenda que tudo o que consumimos e compramos tem um custo e que ele varia. A partir daí, é possível introduzir conceitos como “caro” e “barato”.

Ensine a origem do dinheiro

Embora o dinheiro possa ter várias origens, como renda passiva de aluguel e investimentos, comece explicando que ele provém do trabalho e é guardado em um banco. Em seguida, explique que o cartão de crédito é apenas um instrumento para acessar o dinheiro do banco e que não devemos gastar mais do que ganhamos. Este também é o momento para discutir o valor do trabalho e nossas responsabilidades.

Explique que usar o dinheiro envolve escolhas

Para que as crianças compreendam melhor o dinheiro, é importante ensiná-las sobre concessões. Isso significa que uma quantia específica permite apenas determinadas compras. Por exemplo, se a criança quiser um sorvete, terá que escolher entre ele e uma barra de chocolate. Além disso, quando quiser comprar um brinquedo, precisará juntar dinheiro, aprendendo assim o conceito de “poupança”. Gradualmente, apresente opções para que as crianças façam suas próprias escolhas, estimulando o consumo consciente.

O cofrinho é muito útil

Para ensinar crianças sobre dinheiro e poupança, utilize um potinho ou cofrinho transparente. Incentive-as a definir metas para a quantia guardada, como comprar um brinquedo ou fazer um passeio. Quando atingirem o objetivo, celebre o esforço. Juntar dinheiro não é fácil, especialmente para crianças.

As mesadas

A mesada educativa é uma ferramenta importante para ensinar crianças sobre o valor do dinheiro e como usá-lo com responsabilidade. Ela consiste em um valor repassado pelos responsáveis para que os jovens aprendam a gerenciar suas finanças de acordo com suas necessidades. Introduzir a mesada na infância aumenta a probabilidade de que eles se tornem adultos conscientes e responsáveis financeiramente. A idade ideal para começar a dar mesada geralmente é entre 6 e 7 anos, quando a criança já compreende conceitos importantes. Quanto ao valor, pode-se seguir a regra de R$ 1,00 por semana multiplicado pela idade do filho, ajustando conforme a situação financeira da família.

Ensine seus filhos a doar

Ensinar crianças a doar é fundamental para construir sua consciência social e desenvolver empatia desde a infância. Assim, elas aprendem a compartilhar e a entender os benefícios que o dinheiro pode proporcionar, ao atender necessidades básicas de outras pessoas em situação de vulnerabilidade. A doação pode ser financeira ou de bens como brinquedos, roupas e livros.

Cumpra os acordos

É difícil ver as crianças chorando porque querem um presente ou um doce, mas é essencial cumprir com os acordos estabelecidos. Se vocês combinaram que o dinheiro seria para a sobremesa e a criança gastou a quantia em um brinquedo, siga o combinado. Explique que o dinheiro requer escolhas. Pode parecer difícil, mas é importante que seu filho compreenda os acordos e saiba que o dinheiro não é infinito.

Inclua as crianças nas decisões financeiras

Para envolver as crianças no cotidiano da casa, inclua-as nas tarefas domésticas e nas decisões financeiras da família. Leve-as ao mercado, peça suas opiniões sobre passeios ou até mesmo sobre gastos. Explicar o funcionamento do orçamento familiar é essencial. Além disso, ao dividir responsabilidades, as crianças se sentirão parte atuante da família. Não se esqueça de incentivar perguntas, estimulando o pensamento crítico e a consciência financeira desde cedo.

Com informações dos blogs Leiturinha e Inter, Senac DF, Neon e Kumon

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