ACUMULAR CAPITAL É IMPORTANTE, ASSIM COMO SABER UTILIZÁ-LO PARA GARANTIR UMA APOSENTADORIA MAIS SEGURA E FELIZ.
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O pós-carreira é um momento muito especial da vida, que deveria ser vivido com tranquilidade financeira. Mas imagine trabalhar a vida toda e, ao se aposentar, perceber que seus recursos não são suficientes para garantir o estilo de vida desejado. Essa situação, infelizmente, é mais comum do que se imagina. Por isso, planejar é tão importante. Não basta ter metas claras no início da jornada, definindo o valor que deseja acumular e o passo a passo para chegar lá. É fundamental também ter uma ideia de como utilizar os recursos quando a aposentadoria chegar.
Esse momento do planejamento é chamado de desacumulação. Desacumular significa utilizar o dinheiro acumulado ao longo dos anos. No contexto da previdência privada, é o momento em que a pessoa começa a retirar os recursos para financiar seu dia a dia. Mas atenção: desacumular não é simplesmente gastar todo o dinheiro de uma vez. É preciso fazer um planejamento cuidadoso para garantir que seus recursos durem por toda a vida.
Quando o plano de desacumular entra em ação
A gerente de Seguridade da Fundação Itaúsa Industrial, Ana Carolina Tullii Pedreira, sugere o exemplo de uma pessoa que se aposenta aos 55 anos para nos ajudar a refletir sobre o tema. Se essa pessoa se aposentar nessa idade mas, não tiver um planejamento bem elaborado, poderá acabar gastando todo o recurso acumulado em apenas cinco anos, ficando sem recursos aos 60 anos, mas com muito tempo de vida pela frente. “É preciso dosar a desacumulação para que ela não se acabe enquanto ainda somos jovens em relação à expectativa de vida da população, ou em uma idade difícil para nos realocar no mercado de trabalho”, orienta Ana Carolina.
Obviamente, só haverá possibilidade de desacumulação se antes houver acumulação. Por isso, é necessário ter um planejamento financeiro para a vida toda e outros dois específicos para cada fase. “Precisamos construir uma reserva robusta enquanto somos ativos”, diz a gerente de Seguridade. Portanto, o plano precisa começar a ser executado na juventude. Quanto mais cedo iniciar uma previdência privada, menor será o esforço e maior a possibilidade de ter um bom valor acumulado até a aposentadoria, quando começa a fase da desacumulação e um novo planejamento.
A partir da aposentadoria, muita coisa muda. A renda ativa, como o salário, na maioria das vezes deixa de existir. É hora de viver da renda passiva, proveniente de aluguéis, investimentos, plano de previdência privada e do benefício do INSS. É aí que o plano financeiro específico para a desacumulação começa a ser executado. Um dos passos mais importantes é calcular seus gastos. Faça uma lista detalhada de todas as suas despesas fixas e variáveis. Ao ter uma visão clara de seus custos, você poderá definir um valor de retirada mensal sustentável a longo prazo.
Formas de desacumulação do Plano PAI
Existem diferentes formas de desacumular os recursos da previdência privada. A escolha da melhor opção dependerá do perfil, objetivos e necessidades de cada um, bem como das regras do plano. No caso do Plano PAI da Fundação Itaúsa Industrial, os assistidos podem optar por três modalidades para receber seus benefícios: Percentual (%) de Saldo de Conta Total, Prazo Certo e Benefício Fixo em Reais (R$). Cada uma delas tem uma regra que busca atender ao planejamento do participante.
Ana Carolina explica que, no Percentual de Saldo de Conta Total, o assistido escolhe um percentual de resgate mensal entre 0,2% e 1,5% do valor acumulado. Caso o perfil do assistido renda 1% ao mês e ele resgate 0,2%, terá saldo positivo. Nesse ritmo, ao chegar no último mês do vigésimo ano, a Fundação paga o último benefício mais o saldo residual. É uma forma de desacumulação de longo prazo.
Se optar pelo Prazo Certo, a desacumulação será por um determinado tempo, no mínimo cinco e no máximo 20 anos. No Benefício Fixo, o participante escolhe não um percentual, mas um valor real corrigido anualmente pela inflação. “Se no final do prazo ainda houver saldo, o assistido saca e termina o vínculo com a Fundação”, diz.
Pelo regulamento, o assistido ainda pode sacar 25% do saldo acumulado no início da aposentadoria, junto com o primeiro mês de pagamento do benefício. Essa possibilidade de liquidez pode ser muito útil em algum momento específico. Por isso, não é obrigatório sacar no início, a não ser que seja realmente necessário. O assistido, segundo Ana Carolina, pode utilizar essa alternativa como “reserva estratégica” e fazer resgates em diferentes momentos e percentuais, até o limite de 25% durante a vigência do benefício. “Isso dá mais flexibilidade ao planejamento de desacumulação”, diz.